As receitas da exportação de alumínio por Moçambique, totalmente dependente da actividade da Mozal, maior indústria do país e cuja continuidade é incerta, quase duplicaram no primeiro trimestre deste ano, para 323,2 milhões de euros, segundo dados oficiais.
“A melhoria nas receitas de alumínio deveu-se tanto ao aumento do volume exportado (45%)”, explica-se no documento.
De acordo com dados de um relatório do Banco de Moçambique que detalha as exportações de Janeiro a Março, as exportações de alumínio cresceram de 172 milhões de euros no primeiro trimestre de 2024 para 323,2 milhões de euros no mesmo período de 2025.
Num total de 374,2 milhões de euros exportados pela indústria transformadora moçambicana no primeiro trimestre, mais de 85% corresponderam a barras de alumínio, actividade garantida pela Mozal que, alegando problemas no fornecimento de electricidade à unidade em Maputo, anunciou recentemente a possibilidade de encerrar em 2026.
“O Governo moçambicano está e vai continuar naturalmente, primeiro, a acarinhar a Mozal e, segundo, vai continuar a negociar para melhorar os termos de negociação e garantir que ela se mantenha a produzir em Moçambique, com todas as facilidades precisas, mas que não haja nenhum prejuízo a nenhuma das partes”, disse o porta-voz do Conselho de Ministros, após a reunião do órgão em Maputo, em 26 de Agosto.
Segundo Inocêncio Impissa, o Governo está num “ambiente de conversa muito mais amigável” com todas as partes envolvidas no processo, entre as quais a Mozal, Hidroeléctrica de Moçambique (HCB) e a sul-africana Eskom, visando que os interesses de todos sejam “legalmente protegidos e justos”.
Inocêncio Impissa avançou que o Governo está informado e conhece o “conjunto de riscos” associados à crise na maior indústria moçambicana e está a par da rescisão de contratos de algumas empresas fornecedores, por parte da Mozal, mas esclarece que a situação não tem a ver com as negociações em curso.
A Mozal que tem cerca de 5.000 trabalhadores na segunda maior fundição de alumínio em África, nos arredores de Maputo, diz a Lusa, anunciou em Agosto que pretende cortar no investimento e dispensar empreiteiros contratados, mantendo apenas a operação até Março de 2026, quando termina o contrato de fornecimento de eletricidade, alegando não ter condições de continuidade.