No quadro das reformas em curso na administração pública angolana, o ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, defendeu há dias, em Luanda, que o objectivo desta acção deve ser o da rentabilização dos activos do Estado.
Falando por altura da apresentação do Roteiro para Reforma do Sector Empresarial Público angolano, o governante atestou que a estratégia deve ser feita numa lógica de mercado, sem deixar de ter em conta a prestação de serviços públicos de carácter essencial às populações.
Para já, está definido um tempo de quatro anos para a implementação do referido programa, período em que, segundo o governante, deve ser dedicado o maior empenho dos agentes envolvidos, para que as acções previstas sejam efectivamente concretizadas.
“A implementação deste roteiro implicará a adopção de uma nova visão para o sector empresarial público. Será necessário adoptar novos modelos de governo das empresas públicas, bem como novos modelos de gestão, de supervisão e de regulação das mesmas”, disse o ministro de Estado, citado no portal do Ministério das Finanças do país.
Durante o encontro, realizado pelo Instituto de Gestão de Activo e Partcipações de Estado (IGAPE), em que participaram membros dos conselhos de administração e os órgãos de fiscalização das empresas que integram o sector empresarial público, a ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, destacou que o Sector Empresarial Público (SEP) tem um grande potencial para impactar de forma positiva na economia angolana.
“Este evento permitiu proporcionar o início de uma caminhada de reflexão e também de trabalho, em termos práticos, para, juntos, melhorarmos o modelo de governação do SEP, das empresas que o compõe e endereçarmos os enormes desafios em torno das necessidades inadiáveis das reformas que estamos a implementar”, sublinhou.
Vera Daves referiu ainda que o país inicia, assim, uma nova trajectória em direcção à visão pretendida pelo sector empresarial público que só se alcançará “se não temermos as reformas e estivermos confiantes de que as mesmas certamente nos darão um sector empresarial mais robusto, eficiente, competitivo e capaz de proporcionar o retorno adequado aos seus accionistas, aos seus gestores e a quem no final do dia tem acesso ao benefício último do funcionamento das empresas públicas”.
Por seu turno, o presidente do conselho de administração do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado, Patrício Vilar, frisou, durante a apresentação do Roteiro para Reforma do Sector Empresarial Público, que os resultados líquidos do sector empresarial público angolano, com um peso de 92% no Produto Interno Bruto, foram de quase 200 mil milhões de kwanzas negativos, em 2020.