O advogado brasileiro, Nelson Wilians, foi, recentemente, alvo de mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal (PF) em São Paulo.
Willians é investigado em uma operação contra fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social. Em sua residência, segundo a imprensa brasileira, foram apreendidas esculturas eróticas, arma e carros de luxo, incluindo uma Ferrari e um Porsche.
O advogado brasileiro esteve em Angola em Fevereiro deste ano, para participar numa mesa-redonda sobre “direito empresarial no contexto global”, realizada em Luanda.
Entretanto, além do advogado, foram feitas apreensões em endereços ligados ao empresário Maurício Camisotti, que foi preso na acção. No quadro do mesmo processo, também foi preso António Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “Careca do INSS”. Em endereços de Brasília, a polícia também apreendeu vários carros e dinheiro em espécie.
Numa nota de imprensa, a defesa de Wilians afirmou que tem colaborado integralmente com as autoridades e confia que a apuração demonstrará sua total inocência, destacando que sua relação com Camisotti é estritamente profissional e legal, reiterando que continuará actuando em algumas ações para o empresário.
Na Quinta-feira passada, o advogado Nelson Wilians compareceu na à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) do INSS, mas exerceu o direito de permanecer em silêncio, protegido por habeas corpus preventivo concedido pelo ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A estratégia de defesa, utilizada diante de questionamentos sobre fraudes previdenciárias e movimentações financeiras de 807, 2 milhões de dólares, ampliou as críticas de parlamentares e pode resultar em sua inclusão formal como investigado.
Durante mais de seis horas, Wilians limitou-se a negar qualquer envolvimento com o esquema de descontos fraudulentos aplicados a aposentados e pensionistas.
Em alguns momentos, demonstrou disposição em responder, mas recuou após orientações de seus advogados, para não perder a prerrogativa de silêncio. Sua conduta irritou integrantes da comissão, que consideraram as evasivas prejudiciais ao andamento das apurações.
O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), afirmou que o depoente “chegou como testemunha e saiu como provável investigado”, argumentando que as respostas vagas não esclareceram dúvidas básicas sobre as movimentações financeiras.
Nelson Wilians é natural de Cianorte (PR) e fundador do Nelson Wilians Advogados (NWADV). Foi advogado de Rose Miriam, mãe dos filhos do Gugu, na disputa judicial pela herança do apresentador.