Reservas excedentárias da banca angolana caíram em Julho para 614,7 mil milhões kz

As reservas excedentárias do sistema bancário angolano caíram 12,34% em Julho, para 614,73 mil milhões de kwanzas, "devido à dependência da moeda estrangeira e à contração da moeda nacional", de acordo com uma análise feita pelo Banco Millennium Atlântico (BMA). Segundo o BMA, essa diminuição do volume das reservas excedentárias – que representam um indicador…
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Análise feita pelo Banco Millennium Atlântico diz que queda de 12,34% foi provocada pela dependência da moeda estrangeira e à contração da moeda nacional.
Economia

As reservas excedentárias do sistema bancário angolano caíram 12,34% em Julho, para 614,73 mil milhões de kwanzas, “devido à dependência da moeda estrangeira e à contração da moeda nacional”, de acordo com uma análise feita pelo Banco Millennium Atlântico (BMA).

Segundo o BMA, essa diminuição do volume das reservas excedentárias – que representam um indicador essencial de liquidez disponível nas instituições financeiras para as suas estratégias de rentabilização – “é um sinal de alerta sobre a saúde financeira do sistema bancário e as capacidades de operação”.

Nesta análise citada pela Lusa, os economistas da instituição bancária angolana referem que a composição das reservas excedentárias revela aspetos importantes da estrutura financeira do país.

Salientam ainda que aproximadamente 82% destas reservas estão em moeda estrangeira, não obstante registar uma redução de 10,12% em relação ao período anterior, uma dependência que pode ser atribuída à volatilidade da economia e às flutuações cambiais.

Oe especialistas do BMA afirmam que na análise que a moeda angolana (kwanza) corresponde, por outro lado, a 17,53% das referidas reservas e esta sofreu uma contração acentuada de 21,44% nesse período, um cenário que, acrescentam, “sugere que a liquidez em moeda local está a tornar-se cada vez mais escassa, o que pode impactar diretamente a capacidade de as instituições financeiras implementarem as diversas estratégias de rentabilização”.

As instituições financeiras em Angola têm adotado diversas estratégias para rentabilizar as suas reservas excedentárias, nomeadamente com a compra de moeda estrangeira para posterior negociação com clientes, o investimento em Títulos do Tesouro, a concessão de crédito à economia, aplicações no exterior e a troca de liquidez com outras instituições financeiras, realça o Millennium.

Defendem os economistas do BMA que a desvalorização do kwanza – que se intensificou a partir do segundo semestre de 2024, com impacto na liquidez em moeda nacional – aumenta a necessidade de liquidez em kwanza, levando a uma absorção maior de recursos, referindo, no entanto, que a interdependência entre a política cambial e a liquidez no sistema financeiro “é evidente”.

A análise adianta, por outro lado, que a as receitas de financiamento do Tesouro alcançaram 861,36 mil milhões de kwanzas (849 milhões de euros), no primeiro semestre de 2024, o que representou aproximadamente 18,61% do total de 10 003,84 mil milhões de kwanzas previsto no Orçamento Geral do Estado (OGE) 2024.

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