Os resultados líquidos do sector bancário angolano registaram um crescimento de 59% em 2024, totalizando 822 mil milhões de kwanzas, em linha com o crescimento verificado em 2023, segundo o estudo Banca em Análise da Deloitte.
O estudo apresentado esta Terça-feira, em Luanda, pelo presidente da Deloitte Angola, José Barata, revela que o Sector Bancário apresenta desafios significativos para o futuro, com Activos a cresceram 3,3% e Depósitos de clientes 1,8%
Quanto aos títulos e valores mobiliários, o indicador continua a liderar como a tipologia de activo com maior peso na estrutura de Activos do sector bancário, com um peso de 32% (-3% que em 2023), em virtude da diminuição da exposição do sector bancário nacional à divida pública, embora o nível se mantenha elevado.
“Esta variação é explicada pelo crescimento na margem financeira (+25%) e dos resultados cambiais (+65%) com uma variação absoluta de 129 mil milhões de kwanzas face a 2023, resultante do aumento dos proveitos associados a transacções em moeda estrangeira, nomeadamente, operações cambiais sobre o estrangeiro e venda de divisas”, assegura o relatório.
A Deloitte argumenta que caso o Banco Económico fosse excluído desta análise, o crescimento dos resultados líquidos do sector, cifrava-se em apenas 1,2%, em função dos prejuízos avultados verificados em 2023.
De acordo com o presidente da Deloitte Angola, o peso do crédito a clientes continua a aumentar na estrutura global de activos, tendo registado um crescimento de dois pontos percentuais como resultado das políticas para estímulo da concessão de crédito orientadas pelo Executivo e pelo Banco Nacional de Angola, para a diversificação económica.
“O sector bancário enfrenta desafios significativos nos próximos anos relacionados com a necessidade da aposta na qualidade dos dados, na inclusão financeira e aumento da bancarização da população e melhoria da qualidade dos serviços prestados.
Face a este cenário, apela José Barata, os bancos devem continuar a investir na capacitação dos seus colaboradores e em ferramentas tecnologicamente avançadas, com especial destaque para a utilização da Inteligência Artificial Generativa (GenAI).
“Esta tecnologia transformadora veio para ficar e será crucial para que os bancos mantenham a sua competitividade e resiliência num mercado em constante mudança”, advertiu.
Relativamente ao número de balcões, o estudo aponto que se verificou um ligeiro aumento de 2%, crescendo de 1 426 balcões em 2023 para 1 454 em 2024.
“Já no que respeita a agentes bancários, registou-se um crescimento exponencial de 641%, passando de 665 agentes em 2023 para 4 922 agentes. Paralelamente, a evolução dos agentes de pagamentos, onde também se registou um crescimento assinalável de 203%, passou de 2 388 agentes activos em 2023 para 7 236 agentes activos em 2024”, sublinha a Deloitte Angola.