Seguros marítimos em Angola representam apenas 2% do total de prémios captados

Os seguros marítimos em Angola representam actualmente apenas 2% do total de prémios captados pela indústria seguradora, um número considerado baixo pelas autoridades do sector, disse nesta Quinta-feira, 09, em Luanda, o administrador executivo da Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros, Adelmiro Gonçalves. Adelmiro Gonçalves falava à imprensa à margem da 2.ª Conferência…
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A presidente do conselho de administração da Agência de Negócios Multiplicação, Teresa Baião defendeu que o sector deve acordar para a urgência de agir.
Economia

Os seguros marítimos em Angola representam actualmente apenas 2% do total de prémios captados pela indústria seguradora, um número considerado baixo pelas autoridades do sector, disse nesta Quinta-feira, 09, em Luanda, o administrador executivo da Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros, Adelmiro Gonçalves.

Adelmiro Gonçalves falava à imprensa à margem da 2.ª Conferência de Seguro Marítimo e Portuário, sob o lema: “Oportunidades de Negócios nos Contratos Internacionais de Compra e Venda”.

De acordo com o responsável, os dados do mercado sinalizam que em 2024, os players do comércio nacional e internacional investiram com recursos aos produtos de seguro pouco mais de 15 milhões em prêmios brutos de seguro directo, o que representou uma taxa de crescimento de 53% em comparação ao ano anterior, saindo de 9.123 milhões de kwanzas em 2023 para 13.952 milhões de kwanzas em 2024.

“Significa que a tendência, portanto, é ascendente e que provavelmente no relatório de 2025 comparado ao relatório de 2024, nós teremos números mais animadores do que os números que nós temos agora”, perspectivou.

Os operadores do mercado, avançou Gonçalves, indemnizaram a essa indústria cerca de dois milhões de dólares, o equivalente a pouco mais de 1.938 milhões de kwanzas em 2024, um valor cinco vezes mais em relação ao ano de 2023, “o que por si só torna evidente quão essencial é um produto seguro numa operação de transporte de mercadorias”.

Entretanto, Adelmiro informou que a procura por estes produtos a medida pelo número de apólices emitidas neste ramo de actividade em 2024, cresceu 3,3%, comparado ao ano anterior, como resultado da maior consciencialização dos riscos a que a actividade de transporte de mercadorias está exposta.

“A contratação de seguro é uma boa estratégia para gerar ganhos de eficiência e eficácia no cenário em que ocorre um sinistro, mitigar os riscos a que a operação de transporte de mercadorias está exposta e, por fim, um catalisador natural de oportunidades através do efeito das externalidades positivas que geram no decorrer do processo”, disse.

Por outro lado, ressaltou que informações publicadas pela Inspecção Geral do Trabalho (IGT) no seu relatório anual de 2024 sobre o comércio externo dão conta que as importações de bens registaram um decréscimo de 4,5% em relação ao ano de 2023, totalizando pouco mais de 15 milhões de dólares. Já as exportações de bens registaram um crescimento de 0,7% em comparação com o ano de 2023, totalizando 36 milhões de dólares.

Em 2024, segundo o administrador executivo da ARSEG, as empresas de seguro obtiveram uma margem de solvência de 199%, o que se traduz numa capacidade mais do que suficiente para dar resposta a todas as responsabilidades assumidas e a cobertura das provisões técnicas situou-se por volta dos 191%.

“A nossa expectativa é que a capacidade de retenção local aumente e isso não passa só pelo aumento da robustez financeira das empresas, mas também pela criação de uma resseguradora nacional que, portanto, ainda não temos, mas é um processo que está em curso e num sentido sólido, e se evidencia nos próximos dias, se não mesmo ainda no fim deste ano, se tudo correr bem”, garantiu.

Por sua vez, a presidente do conselho de administração da Agência de Negócios Multiplicação, Teresa Baião, defendeu que o sector deve acordar para a urgência de agir.

“Precisamos consciencializarmos mais em relação à importância do seguro para a vida de qualquer cidadão e, nesse particular, o seguro marítimo”, disse a PCA da Agência de Negócios.

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