Sindicalista critica qualidade do Ensino Superior em Angola

O Secretário-geral do Sindicato de Professores do Ensino Superior de Angola (Sinpes), Eduardo Peres Alberto, criticou a má qualidade do ensino superior no país devido à falta de "investimentos sérios" por parte do Estado. Durante uma conferência de imprensa realizada na terça-feira, 20 de agosto, Peres Alberto afirmou que a avaliação dos cursos realizada pelo…
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O Secretário-geral do Sinpes, Eduardo Peres Alberto, criticou a qualidade do ensino superior em Angola, citando a falta de investimentos e falhas nas avaliações dos cursos de medicina.
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O Secretário-geral do Sindicato de Professores do Ensino Superior de Angola (Sinpes), Eduardo Peres Alberto, criticou a má qualidade do ensino superior no país devido à falta de “investimentos sérios” por parte do Estado. Durante uma conferência de imprensa realizada na terça-feira, 20 de agosto, Peres Alberto afirmou que a avaliação dos cursos realizada pelo Instituto Nacional de Avaliação, Acreditação e Reconhecimento de Estudos do Ensino Superior foi eficiente, mas apontou falhas significativas nas decisões sobre cursos de medicina e ciências da saúde.

Peres Alberto sublinhou que a qualidade do ensino superior em Angola é insatisfatória e destacou a necessidade urgente de projetos de investimento para melhorar as instituições de ensino. “A ministra do Ensino Superior e o ministério devem apresentar projetos de investimentos sérios para garantir que as instituições possam alcançar a qualidade necessária”, afirmou.

Em declarações à Lusa, o sindicalista apontou que, apesar do trabalho do instituto de avaliação, a reprovação de cursos de medicina e ciências da saúde por má qualidade é preocupante, especialmente considerando que as instituições públicas são patronato do próprio Governo. “As decisões são questionáveis, e as instituições públicas têm o Governo como patrono”, lamentou.

O Governo angolano avaliou 145 cursos de medicina e ciências da saúde de 58 instituições públicas e privadas. Dos nove cursos de medicina analisados, três foram acreditados por atenderem aos padrões mínimos, enquanto seis foram reprovados por não cumprirem os requisitos aceitáveis.

Peres Alberto também criticou a falta de diálogo com o sindicato, afirmando que o titular do poder executivo deveria ouvir as preocupações do Sinpes. “O sindicato defende, de cabeça erguida, que o ensino superior é a chave de ouro para qualquer nação. É inaceitável que enquanto reclamamos das condições, se busquem expatriados e se pague melhor a eles”, criticou.

Para o próximo ano académico, que começa a 30 de Setembro, foram atribuídas 191.700 vagas às 106 instituições de ensino superior angolanas, uma redução de 38.300 vagas em relação ao ano anterior.

*Napiri Lufánia

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