O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, oficializou nesta Sexta-feira o dia 23 de Novembro do ano em curso como a data para a realização das eleições gerais no país, depois do anúncio feito a 23 de Fevereiro último, que apontava para 30 de Novembro.
Depois de uma reunião de auscultação com os partidos políticos, entretanto declinada pelas maiores e mais influentes forças políticas do país – por entenderem que este “já não reúne condições legais nem soberanas”, tendo contado apenas com a presença de pequenas organizações partidárias que manifestaram apoio à data proposta, Sissoco exarou um decreto presidencial em que fixa o “23 de Novembro de 2025” como o dia para a realização do pleito.
“Reunidas as condições previstas na lei, e para efeitos da marcação da data da realização das eleições simultâneas, presidenciais e legislativas, ouvido o Governo, os Partidos Políticos e a Comissão Nacional de Eleições, o Presidente da República decreta […) o seguinte: É fixada a data de 23 de Novembro de 2025 para a realização das Eleições Presidenciais e das Eleições Legislativas antecipadas”, lê-se na nota informativa sobre o decreto presidencial, assinada por Yonhité Tavares, assessora de comunicação para Comunicação Institucional.
Líderes políticos, partidos de oposição, sociedade civil, a Liga Guineense dos Direitos Humanos, entre outras organizações, contestam vigorosamente a permanência de Umaro Embalo na Presidência, bem como a fixação da data das eleições sem a observação da Constituição da República.
A mesma classe, que se opõe ao regime de Sissoco, manifestou a sua solidariedade para com a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), manifestando disponibilidade para trabalhar com a instituição na mediação da situação sócio-política da Guiné Bissau.
O Presidente Umaro Embaló completou cinco anos do seu mandato previstos pela Constituição da República, contados a partir de 27 de Fevereiro de 2020, data que tomou posse em um dos hotéis da capital.
Os principais líderes políticos, que hoje congregam a coligação Aliança Patriótica Inclusiva (API), a Plataforma Aliança Inclusiva (PAI) — Terra Ranka, a sociedade civil e a Liga Guineenses dos Direitos Humanos, têm vido a enfatizar que o mandato de Umaro Embaló terminou a 27de Fevereiro de 2025, convidado o próprio a abandonar o poder ou sentar-se em busca de “grande consenso” e reposição da ordem constitucional.