O Standard Bank de Angola prevê, em 2026, uma estabilidade da produção petrolífera em torno de um milhão de barris por dia, o que, num contexto de preços mais estáveis, permite perspectivar um melhor desempenho do que o inicialmente programado.
O economista chefe do Standard Bank para Angola, Moçambique e República Democrática do Congo, Fáusio Mussá, considera que o país está a posicionar-se para que, caso haja alguma evolução mais favorável do preço do petróleo, possa gerar alguma poupança.
“Na nossa perspectiva, a estratégia que tem sido implementada visa gerar algum espaço fiscal adicional, o que é importante não só para a estabilidade macro-económica, mas também para permitir que haja uma melhoria na oferta de moedas externas no mercado por parte do Tesouro. E isso pode ajudar à estabilidade cambial e à descida da inflação, e a permitir que o Banco Central continue a cortar taxas de juros”, disse.
Falando na 2.ª edição do Briefing Económico – Angola além do Oil & Gas, Fáusio Mussá apontou as perspectivas da economia angolana para o próximo ano, destacando uma previsão de crescimento de 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB) e de redução da taxa de inflação para 14,2%.
“Em 2025 verificou-se uma desaceleração do crescimento do PIB, que foi afectado pela contracção do sector petrolífero, no entanto, a nossa previsão é de uma recuperação em 2026. O mesmo acontece com a inflação, em que a estabilidade cambial tem permitido a redução da inflação e o corte das taxas de juro”, referiu.
Fáusio Mussá considerou ter havido uma “surpresa pela positiva, quando se observou que o Orçamento do Estado para 2026 apresenta pressupostos que revelam muita prudência, sobretudo em alguns dos principais indicadores macroeconómicos, incluindo a contribuição do sector petrolífero para as receitas de Estado, que desta vez fica abaixo dos 50%, assim como um preço do petróleo realístico, considerando a conjuntura mundial”.
“A leitura que fazemos é que passa a haver um grande alinhamento entre a política fiscal e a política monetária para ajudar a estabilizar a economia”, salientou.
Ainda assim, segundo Fáusio Mussá, “observa-se claramente que Angola está a implementar uma estratégia de substituição de importações e essa estratégia tem o mérito de ajudar a substituir alguns produtos com produção local, alguns produtos importados. Mas, como é natural, leva tempo até que se observe uma maior contribuição do resto da economia nas exportações”.




