Standard & Poor’s desce rating da dívida interna de Moçambique

A Standard & Poor's (S&P) desceu esta Quinta-feira o rating das emissões de dívida interna de Moçambique para CCC-, manteve o nível das emissões de dívida externa, mas piorou a perspectiva de evolução de ambas para negativa. "O Governo anunciou um plano para efetuar exercícios de gestão de responsabilidades sobre as suas obrigações em moeda…
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Standard & Poor's aponta que as disrupções económicas pós-eleitorais estão a influenciar negativamente as operações orçamentais e de liquidez do governo
Economia

A Standard & Poor’s (S&P) desceu esta Quinta-feira o rating das emissões de dívida interna de Moçambique para CCC-, manteve o nível das emissões de dívida externa, mas piorou a perspectiva de evolução de ambas para negativa.

“O Governo anunciou um plano para efetuar exercícios de gestão de responsabilidades sobre as suas obrigações em moeda local. De forma geral, consideramos a maioria das trocas de dívida na categoria CCC como em dificuldades [distressed, no original em inglês] e equivalem a um incumprimento financeiro”, escrevem os analistas daquela agência de notação financeira.

Na nota que dá conta da descida do rating para as emissões de dívida interna, a S&P aponta que “as disrupções económicas pós-eleitorais estão a influenciar negativamente as operações orçamentais e de liquidez do governo”, o que contribuiu para a descida da opinião sobre a qualidade das emissões de dívida em meticais, feitas em Moçambique.

Além de descer o rating das operações internas, a S&P decidiu manter a opinião sobre a qualidade do crédito soberano nas emissões de dívida internacionais, conhecidas como Eurobonds, mas desceu a avaliação sobre a evolução destes ratings, sinalizando que uma nova descida em ambos os casos é provável nos próximos 12 a 18 meses.

Na análise à economia moçambicana, a S&P antevê um alargamento do défice orçamental para 4,5% entre 2025 e 2028, piorando a previsão de 4,2% feita em outubro do ano passado, devido a “quebras na receita fiscal, aumento da despesa na segurança e um crescimento mais fraco devido às recentes manifestações”.

A agência, citada pela Lusa, acrescentou que a análise é feita caso a caso e tendo em conta o contexto político e macroeconómico.

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