A Agência Reguladora Multissetorial da Economia (ARME) anunciou a autorização para a rede de satélites Starlink, do empresário Elon Musk, começar a prestar serviços de comunicações no arquipélago de Cabo Verde.
A Starlink, que já opera em várias partes do mundo, proporciona acesso à internet através de uma antena plana, orientada para o céu, conectada a um distribuidor de sinal (‘router’). Esta tecnologia é especialmente útil para regiões remotas sem cobertura de redes móveis ou fixas, cenário comum em várias zonas do arquipélago, tanto em terra como no mar.
“Com o propósito de prestar serviços de internet de banda larga via satélite no nosso país, a Starlink Cabo Verde solicitou uma autorização à ARME para fornecer serviços de comunicações eletrónicas acessíveis a todos os cidadãos do país”, informou a ARME em comunicado divulgado hoje.
De acordo com a agência reguladora, o serviço de internet via satélite oferece uma alternativa às redes terrestres, permitindo a disponibilização de uma conectividade de alta velocidade e baixa latência, sendo uma solução eficaz para áreas de difícil acesso.
A entrada da Starlink no mercado cabo-verdiano está enquadrada no regime jurídico das comunicações eletrónicas, que assegura a liberdade na oferta de redes e serviços. Este enquadramento visa promover a concorrência e a diversificação da oferta de serviços no país, acrescentou a ARME.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos a 2023, 70,2% da população cabo-verdiana, com idade igual ou superior a 10 anos, utiliza a internet diariamente. Cabo Verde conta atualmente com duas operadoras de telecomunicações, a privada Unitel e a estatal CV Telecom, sendo esta última a dominante nos diversos tipos de subscrição.
Em 2023, o país atingiu um recorde de subscrições, ultrapassando a marca de 1,2 milhões de assinaturas, englobando serviços de internet fixa e móvel, voz e outras comunicações.