‘Start-up’ Zence Object Holding transforma resíduos de chá em papel, embalagens e mobiliário

A 'start-up' Zence Object Holding, sediada em Macau, criou um negócio baseado nos desperdícios de plantações de chá na China, que recicla em papel, sacos de compras, copos, escovas de dentes, invólucros de produtos electrónicos e mesmo em mobiliário. A Zence viu na necessidade de “resolver os problemas globais dos resíduos” uma oportunidade, parecendo-lhe perfeita…
ebenhack/AP
A Zence viu na necessidade de “resolver os problemas globais dos resíduos” uma oportunidade, parecendo-lhe perfeita a ideia de transformar os resíduos de chá em materiais ecológicos reciclados.
Economia

A ‘start-up’ Zence Object Holding, sediada em Macau, criou um negócio baseado nos desperdícios de plantações de chá na China, que recicla em papel, sacos de compras, copos, escovas de dentes, invólucros de produtos electrónicos e mesmo em mobiliário.

A Zence viu na necessidade de “resolver os problemas globais dos resíduos” uma oportunidade, parecendo-lhe perfeita a ideia de transformar os resíduos de chá em materiais ecológicos reciclados.

Segundo o cofundador da empresa Bob Lei Hou Keung, uma tonelada de resíduos de chá pode dar origem a dez toneladas de bioplástico à base de chá, flexível e versátil como o plástico.

A ‘start-up’ conta já com mais de 20 projectos activos em áreas como a decoração de interiores, embalagens de bebidas, entre outras, que desenvolve com vários clientes, que são também parceiros, nomeadamente restaurantes, hotéis e centros de conferências.

A empresa fundada em 2023, com um capital de 545 mil euros, espera atingir o retorno sobre o investimento no próximo ano e ser rentável em 2028.

“Cerca de uma tonelada de resíduos de chá por mês, provenientes directamente de uma plantação de chá da província de Fujian, uma das maiores províncias produtoras de chá da China, é enviada para duas fábricas da Zence na província de Guangdong, a província vizinha de Macau”, disse Lei.

O processo industrial integra tecnologias de modificação de plásticos de base biológica e de mistura de fibras vegetais, modificação de biomateriais, produção e fabrico.

“Depois de recolhermos os resíduos de chá, processamo-los, esterilizamo-los, começamos a transformá-los em bioplástico à base de chá, em forma de grão, que depois de derretido é moldado por uma máquina”, explicou o empresário.

Bob Lei Hou Keung, diz a Lusa, sublinhou que os resíduos de chá “podem ser decompostos de forma 100% natural”, “sem formaldeído” e “neutros em termos de carbono”.

Mais Artigos