A companhia aérea angolana, TAAG, e a construtora norte-americana Boeing chegaram a acordo sobre a resolução de pendências financeiras, criando as condições para cooperação ao nível de fornecimento de aeronaves no futuro, avança um comunicado da empresa.
No documento, a companhia angolana de bandeira refere que “após uma longa e complexa negociação levada a cabo desde a tomada de posse da nova administração da TAAG junto da Boeing – principal fornecedor de aeronaves para a companhia de bandeira nacional, as duas entidades chegaram a acordo quanto ao valor e a forma de pagamento das pendências financeiras, geradas entre outros, durante a fase de pandemia que afectou a actividade das companhias aéreas a nível global e agravou a dívida à fornecedores”.
Questionado pela FORBES ÁFRICA LUSÓFONA sobre o valor da pendência financeira acordado e a forma que a mesma será paga, Luís Catuzeco José, director do Gabinete de Comunicação e Imprensa da empresa, explicou que as condições negociadas pela TAAG “são mais favoráveis à companhia de bandeira do que a sua situação anterior na relação com a Boeing” e que o formato de pagamento será mais ágil do que o convencional.
“Tratando-se de um contrato, com condições excepcionais e privilegiadas a uma entidade [no caso a TAAG], o fornecedor sinalizou a cláusula de confidencialidade, que nós respeitamos, isto para não afectar o valor das suas acções em bolsa ou negociações com outras entidades em situação similar”, justificou Luís José à FORBES.
A TAAG pontualiza que o referido acordo actualiza algumas premissas do Memorando de Entendimento (MOU) celebrado entre as partes, indo ao encontro dos interesses da TAAG em obter um ajustamento de pricing de serviços mais favorável e alinhado ao contexto actual do mercado da aviação comercial a nível internacional.
De uma forma global, acrescenta a companhia angolana, este entendimento reforça a credibilidade internacional da TAAG e é um sinal claro de que a empresa está activa no mercado, aberta ao diálogo com todos os stakeholders.
“A TAAG sinaliza o espírito de abertura e postura colaborativa da Boeing em todo este processo e agradecemos o suporte dado para a implementação da nossa estratégia de recuperação das aeronaves e planeamento no reforço da frota” afirma Eduardo Fairen, CEO da TAAG, citado no comunicado.
Líder do mercado de aviação em Angola, a TAAG é uma companhia reconhecida globalmente, disponibilizando actualmente 14 destinos domésticos e 12 destinos internacionais. Além do transporte de passageiros, a sua frota realiza igualmente transporte de carga um serviço que considera “cada vez mais essencial” para o desenvolvimento do ecossistema local.
Em Agosto último, a companhia anunciou o reforço da sua frota no segundo semestre do próximo ano, com a aquisição, em regime de leasing, numa perspectiva de longo prazo, de seis novas aeronaves Airbus A220, uma operação que visa dar resposta à procura no mercado, sendo que estão em curso “negociações adicionais” com fornecedores, entre eles a Boeing.
“O plano de reforço de frota assenta na recuperação de aeronaves, aquisição de novas aeronaves em regime de leasing de curto e longo prazo, bem como uma numa forte capacitação do capital humano existente”, explicou, na altura, a companhia de bandeira angolana.
Actualmente, a frota TAAG é composta por 21 aeronaves, nomeadamente, pelos modelos Dash 8-Q400 (seis aeronaves), Boeing 737-700 (sete aeronaves) Boeing 777- 200 (três aeronaves) e Boeing 777-300 (cinco aeronaves).
A companhia cobre 14 das 18 províncias de Angola e disponibiliza 12 destinos internacionais, designadamente Madrid, Joanesburgo, Cape Town, Windhoek, Maputo, Kinshasa, Lagos, Lisboa, São Paulo e São Tomé, Havana e cidades chinesas (carga).
Em 2019 deixou de ser uma empresa pública, transformando-se numa sociedade anónima de capitais públicos.





