“Tenho ouvido comunicação que gera ruído e confusão sobre o Corredor do Lobito” – Embaixador de Portugal em Angola

O embaixador de Portugal em Angola, Francisco Alegre Duarte, afirmou nesta Quarta-feira, em Luanda, que tem lido e ouvido muita comunicação pouco rigorosa, que gera ruído e confusão sobre o Corredor do Lobito, sem ter sustentação nos factos. “E por isso gostaria de lembrar esta verdade singela, a concessionária do Lobito Atlantic Railway é composta…
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Francisco Alegre Duarte esclarece que a concessionária do Lobito Atlantic Railway é composta por três empresas privadas europeias, sendo uma delas a Mota-Engil, uma empresa que nasceu em Angola.
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O embaixador de Portugal em Angola, Francisco Alegre Duarte, afirmou nesta Quarta-feira, em Luanda, que tem lido e ouvido muita comunicação pouco rigorosa, que gera ruído e confusão sobre o Corredor do Lobito, sem ter sustentação nos factos.

“E por isso gostaria de lembrar esta verdade singela, a concessionária do Lobito Atlantic Railway é composta por três empresas privadas europeias, sendo uma delas, a Mota-Engil, uma empresa que nasceu em Angola”, esclareceu o embaixador, durante a sua intervenção Encontro Empresarial Angola–França-Portugal, promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Portugal-Angola (CCIPA) e pela Câmara Bilateral de Comércio e Indústria Angola-França (CEFA).

De acordo Francisco Alegre Duarte, até ao momento, e no quadro dessa concessão, os investimentos efetuados, na ordem já das centenas de milhões de euros, ficaram a cargo das empresas europeias.

Por outro lado, o diplomata disse que em Angola existem mais de 1250 empresas portuguesas e de capital misto, com uma comunidade empresarial de dezenas de milhares de pessoas, gerando fluxos de negócios de milhares de milhões de euros em comércio, investimento e produção local.

“As relações com Angola têm sido uma prioridade constante de sucessivos Governos portugueses, com uma aposta muito clara na cooperação económica, financeira e comercial. A nossa presença económica manifesta-se em todos os setores da economia, para além do oil & gas. As nossas empresas e os empresários luso-angolanos estão na linha da frente da batalha pela diversificação económica e pela valorização do capital humano de Angola. Este é o desafio crucial para o futuro da economia de Angola: é preciso ir além do petróleo”, ressaltou.

Angola, segundo garantiu, pode contar com os países da União Europeia para ter sucesso nesse desígnio.

“Nós não estamos aqui apenas para extrair matérias-primas. A nossa ambição, sobretudo no caso de Portugal, é o de construirmos uma relação baseada na prosperidade partilhada, com riqueza criada pelas empresas e pelas pessoas, e para as empresas e para as pessoas. Riqueza fruto do trabalho e do talento, que são as maiores fontes de valor económico e também de dignidade e desenvolvimento humano”, descreveu.

O embaixador de Portugal em Angola acrescentou que o financiamento europeu se distingue pelo valor incorporado nos projectos, como estruturas, estradas, ferrovia, hospitais, nas energias renováveis, abastecimento e saneamento de água, formação técnico-profissional e nas cadeias de valor agrícola.

“Em todos estes projectos as empresas portuguesas destacam-se pelo contributo perene que aqui deixam, com financiamento europeu de fontes diversas, e não apenas da nossa linha de financiamento com garantia do Estado português, cujo plafond é actualmente de 2,5 mil milhões de euros, tendo esta linha sido reforçada com um aumento de mil milhões ao longo dos dois últimos anos, mostrando inequivocamente que Angola conta com a confiança de Portugal”, recordou Francisco Alegre Duarte.

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