O Governo angolano, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a Câmera Americana do Comércio em Angola (AmCham), vai investir cerca de 13 milhões de dólares para o desenvolvimento e requalificação de Massangano e o Corredor do Rio Kwanza, informou recentemente, em Luanda, o director executivo da AmCham, Neil David Breslin.
Segundo o Neil Breslin, que discursava na cerimónia de lançamento da campanha “Raízes Reconectadas – Unindo a Herança Angolana nas Américas, o investimento serve para transformar Massangano (uma vila localizada na província do Cuanza Norte), e o Corredor do Kwanza em referências de património cultural afrodescendente.
O projecto, referiu, visa apoiar iniciativas que criam valor económico e social para as comunidades locais, tais como suporte a pequenas e médias empresas de turismo, a promoção de programas de eco e agroturismo e a capacitação de mulheres e jovens para integrarem a cadeia de valor do sector.
No entanto, o ministro do Turismo, Márcio Daniel enfatizou que vão transformar Massangano no principal destino turístico de memória, definindo ainda Massangano como sendo um santuário a céu aberto que merece do Governo uma resposta activa, proactiva, eficiente e transformadora do potencial que a região representa.
“Esta campanha insere-se no esforço de transformar o potencial em potência. É hora de tirar do papel e levá-las à acção. Chega de vivermos adormecidos no potencial que Massangano representa para o nosso país”, enfatizou o governante.
Márcio Daniel ressaltou ainda que Angola continua por explorar o seu potencial, portanto, “não é aceitável que o nosso país continua a não tirar proveito do potencial turístico, cultural e histórico que Massangano representa para a nossa realidade”.

Por sua vez, a representante residente do PNUD, Denise António, garantiu que este projecto vem ajudar para o esclarecimento mundial sobre o Massangano, que é um dos pontos mais importantes do tráfico negreiro transatlântico.
Já o director do gabinete de Apoio ao Turista, Formação e Empreendedorismo, Afonso Vita, recordou o peso histórico da escravatura e frisou que a campanha pretende arrecadar cerca de 500 mil dólares.
A campanha “Raízes Reconectadas”, referiu propõe uma abordagem inovadora de financiamento colectivo, permitindo que a diáspora e parceiros interessados apoiem directamente a implementação destas acções.
Concebida de forma colaborativa pelos ministérios do Turismo e da Cultura, pelo PNUD Angola e pela AmCham, em articulação com o Governo Provincial do Cuanza Norte e outros parceiros, a iniciativa coloca a herança afrodescendente no centro de uma estratégia de futuro que une identidade, desenvolvimento sustentável e cooperação internacional.