Durante o Forbes África Lusófona Annual Summit, especialistas analisaram o impacto da mobilidade e das infraestruturas de transporte no desenvolvimento do turismo em Angola. O debate foi moderado por Nilza Rodrigues, directora da Forbes África Lusófona e contornou com diferentes perspectivas sobre o potencial turístico do país.
Marcelo Mota, director-geral adjunto de Tecnologia de Informação e Inovação da ATO, destacou a diversidade natural, cultural e histórica de Angola como elementos de grande atractivo turístico.
“Temos paisagens deslumbrantes, uma rica história e tradições únicas que podem ser exploradas, mas faltam infraestruturas adequadas para potenciar este setor. Precisamos de investir em branding e em projetos que promovam o turismo de forma mais eficiente”, afirmou. Marcelo Mota citou exemplos como a Fenda da Tundavala e o deserto do Namibe, que carecem de acessos e estruturas complementares para se tornarem destinos de referência.
Miguel Carneiro, director comercial da TAAG, apresentou uma visão mais optimista, salientando que o turismo em Angola já tem condições para crescer, mas necessita de estratégias para destacar o país no mercado internacional.
“Angola deve apostar num turismo de nicho, valorizando as nossas particularidades. Temos infraestruturas como o novo Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto e estamos a modernizar a frota da TAAG. Contudo, ainda falta uma plataforma digital que integre e promova os nossos destinos nos principais mercados, como o Brasil e a Europa”, referiu Carneiro.
José Cabral, fundador da Travelgest, abordou o impacto positivo dos cruzeiros no turismo em Angola, destacando o aumento de navios a chegar ao país. “A pandemia trouxe desafios, mas também abriu oportunidades, com muitas rotas a serem redireccionadas para Angola. Apesar dos avanços, ainda precisamos de melhorar a formação de guias turísticos e as acessibilidades aos principais pontos de interesse. Estes factores são cruciais para recebermos turistas com um padrão de excelência”, destacou.
Os intervenientes sublinharam também a importância das parcerias público-privadas e da digitalização de serviços turísticos. Além disso, foi destacada a necessidade de promover Angola nos mercados globais, explorando ferramentas modernas de marketing e garantindo um maior envolvimento dos agentes do sector.
O consenso entre os participantes foi claro: o turismo angolano tem um enorme potencial, mas o foco deve ser na sua materialização. A conjugação de esforços para melhorar as infraestruturas, divulgar os destinos e capacitar o setor será determinante para transformar Angola numa referência turística em África e no mundo.