Ulisses Correia e Silva defende agricultura resiliente e economia azul na TICAD 9

O primeiro-ministro de Cabo Verde, José Ulisses Correia e Silva, aproveitou o palco internacional da TICAD 9, em Yokohama, para lançar um apelo claro: África precisa fortalecer os sectores da agricultura e da economia azul como pilares de segurança alimentar, coesão territorial e diversificação económica. “Estes dois sectores podem contribuir significativamente para a redução da…
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Na 9.ª Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento de África, o primeiro-ministro de Cabo Verde reforçou a urgência de investir em agricultura moderna e economia azul para reduzir a dependência externa e enfrentar os efeitos das alterações climáticas.
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O primeiro-ministro de Cabo Verde, José Ulisses Correia e Silva, aproveitou o palco internacional da TICAD 9, em Yokohama, para lançar um apelo claro: África precisa fortalecer os sectores da agricultura e da economia azul como pilares de segurança alimentar, coesão territorial e diversificação económica.

“Estes dois sectores podem contribuir significativamente para a redução da insegurança alimentar, a diversificação das economias e o aumento do comércio regional e internacional”, afirmou o chefe do governo cabo-verdiano, sublinhando que o arquipélago partilha vulnerabilidades comuns com outros Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (PEID), como secas severas e elevada exposição às alterações climáticas.

Correia e Silva destacou que Cabo Verde tem apostado fortemente em soluções inovadoras para garantir produção agrícola sustentável, mesmo em cenários adversos. Entre as medidas, enumerou a dessalinização de água, a reutilização de resíduos hídricos e a irrigação por gotejamento. “Se chover, agradecemos a Deus; se não chover, utilizamos outras fontes de água para a agricultura. Este é o nosso propósito”, disse, sublinhando também a importância de integrar energias renováveis no processo, reduzindo custos e aumentando a eficiência do nexo água-energia.

“Na agricultura e na economia azul, criam-se oportunidades para o investimento privado com ecossistemas que incentivam a inovação e a produtividade”

O primeiro-ministro enfatizou ainda que o mar representa uma alavanca central para o crescimento do país, não apenas pelo turismo e pela pesca, mas também pela aquicultura, biotecnologia e atividades de transbordo.

“Grande parte do emprego, dos rendimentos e das exportações de Cabo Verde resulta da economia azul e do turismo de sol e praia”, detalhou.

Com este enquadramento, o governante defendeu que a investigação científica, a qualificação profissional e o incentivo ao empreendedorismo são eixos prioritários para transformar desafios em oportunidades. “Na agricultura e na economia azul, criam-se oportunidades para o investimento privado com ecossistemas que incentivam a inovação e a produtividade”, frisou.

Ulisses Correia e Silva encerrou a sua intervenção destacando o Japão como parceiro estratégico para esse caminho. “Com a sua experiência em conhecimento, tecnologia e cooperação pragmática, o Japão é um excelente parceiro para impulsionarmos conjuntamente o crescimento sustentável das economias africanas e fazermos um uso mais rentável dos imensos recursos naturais de África”, concluiu.

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