O caminho da cantora começou com passos tímidos, mas o talento parece ter falado mais alto. Cresceu a ouvir vários estilos musicais que permitiu definir o que realmente queria seguir.
Aos 17 anos de idade, Cutana Carvalho começou a apostar seriamente na música e não mais parou, apesar das dificuldades encontradas nesta indústria dinâmica.
“O percurso não tem sido fácil, mas por ser uma pessoa multifacetada, acabo por dar um pouco em cada área de actuação”, diz.
Hoje com 31 anos de idade, a jovem cantora angolana diz ter Deus e sua palavra como a maior fonte de inspiração, “pelo facto de ter feito o mundo cheio de arte e dado dons e talentos aos homens”.
“Inspiro-me também nas vivências da vida. Nas minhas composições prezo em trazer mensagens de autorreflexão, de modo a agregar algum valor”, acrescenta.
A viver em Portugal há três anos, a cantora nascida em Angola tem promovido a sua arte nos mais variados canais de TV, Rádio e com várias participações em eventos culturais na região em que reside.
A&B, Soul Music e Guero Zouk são os estilos que a artista angolana diz sentir maior conforto em cantar, apesar de pretender experimentar outros estilos musicais
Se para alguns músicos angolanos viver da música ainda é uma miragem, com Cutana é completamente diferente. “Hoje já se pode viver 100% da arte”, garante, justificando que tal depende muito da agência em que o músico está inserido, ou até mesmo do número de shows que o artista tem agendado.
Considera-se uma artista em processo de evolução contínua e com um futuro artístico promissor. A cantora fala em “espinhos” no processo de se reinventar todos os dias como artista.
“Neste processo, tive vários pontos altos e baixos, como por exemplo, quando fui convidada a cantar num evento, no acto da apresentação musical ficamos sem luz eléctrica e um clima pouco agradável pairou no ar, mas usei a arte para dar a volta por cima”, conta.
Segundo a artista, cada nível que atingiu teve envolvimento de pessoas “no momento certo e outras que de forma voluntária fizeram trabalhos excelentes”, o que, refere, faz com que cada conquista que se alcança seja de grandes benefícios para todos os envolvidos.
Projectos a se concretizarem

Cutana Carvalho tem um Álbum gravado e lançado em 17 de Setembro de 2019 nas plataformas digitais, onde teve o prazer de trabalhar com várias produtoras como a David Production, Laurem Production e a Valam Home Studio.
A 11 de Fevereiro do ano em curso lançou o seu primeiro livro no formato digital, intitulado “Sendo Eu”, e no dia 16 de Abril fez o lançamento de um audiobook, uma obra de auto-ajuda que narra aspectos fundamentais ligados a origem de alguns problemas da vida adulta, e traz ferramentas para que se possa dar a volta por cima e passar a alcançar resultados significativos na vida, explica a autora.
Em Novembro de 2020 teve a sua estreia como apresentadora no programa “Tudo Posso”, um magazine com entrevistas, reportagens e “o melhor da música gospel internacional”, onde para além de apresentar, faz a realização e produção com o auxílio de Victor Hugo Mendes, jornalista e escritor angolano.
“Sou responsável, desde Abril de 2015, de um projecto intitulado ‘Actitude de um Adorador’, que visa apoiar, informar e realizar eventos a fim de que se possa crescer em actividade e amor a obra de Deus”, avançou.
A 26 de Maio último a cantora lançou o single “Aceita só como está”, tema que, conforme explica, espelha vivências relacionadas aos eventos da vida que por vezes parecem determinar um fim, mas que na compreensão de Deus compreende-se apenas como situações ocorrentes.
O single foi lançado em exclusivo no programa “Conversas ao Sul da RTP África.
As ambições da cantora vão muito mais além. O seu maior objectivo é motivar e contribuir para o desenvolvimento e mudança da vida das pessoas, “mudando a compreensão limitada que o ser humano tem a respeito de si mesmo e sobre a vida”.
Enquanto Cidadã da África lusófona diz ser movida por várias e não deixou de abordar a discriminação que muitas mulheres, infelizmente ainda são sujeitas, indicando ela mesmo como exemplo.
“Por várias vezes foi posta a prova a minha capacidade de criar por parte de alguns homens, usando palavras duras e outras vezes pedindo a certas organizações que não me convidassem a determinados eventos”, revela.
A receita para ultrapassar isto, passa por impor a sua autoridade, não para mostrar que tinha talento, porque, diz, o talento sempre esteve visível aos olhos de todos. “Impus autoridade para me posicionar e exigir respeito, como pessoa, como um ser, e o farei sempre que necessário for”, finalizou.