União Africana lança fundo de 1,5 mil milhões USD para financiar projectos transfronteiriços

A União Africana vai criar um mecanismo financeiro africano de 1,5 mil milhões de dólares, destinado a acelerar a execução de grandes projectos de infra-estruturas, anunciou nesta Terça-feira, em Luanda a directora executiva da Agência de Desenvolvimento (AUDA-NEPAD) da organização. Segundo Nardos Bekele-Thomas, que falava na 3.ª Cimeira para o Financiamento de Infraestruturas em África, que…
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Directora executiva da Agência de Desenvolvimento diz que o novo instrumento, desenvolvido em parceria com a Aliança de Instituições Financeiras Multilaterais Africanas (AAMFI), terá uma dotação inicial de 1,5 mil milhões USD.
Economia

A União Africana vai criar um mecanismo financeiro africano de 1,5 mil milhões de dólares, destinado a acelerar a execução de grandes projectos de infra-estruturas, anunciou nesta Terça-feira, em Luanda a directora executiva da Agência de Desenvolvimento (AUDA-NEPAD) da organização.

Segundo Nardos Bekele-Thomas, que falava na 3.ª Cimeira para o Financiamento de Infraestruturas em África, que decorre até sexta-feira em Luanda, o novo instrumento, desenvolvido em parceria com a Aliança de Instituições Financeiras Multilaterais Africanas (AAMFI), terá uma dotação inicial de 1,5 mil milhões de dólares, dos quais 100 milhões serão aplicados na fase de preparação e estruturação de projectos.

O objectivo é financiar iniciativas de elevado impacto regional e transfronteiriço, consideradas prioritárias no quadro do Programa de Desenvolvimento de Infra-estruturas em África (PIDA, na sigla inglesa).

“O propósito é claro: estruturar e fechar acordos em projectos de infra-estruturas de elevado impacto e dimensão continental. Além disso, à medida que concebemos o mecanismo de financiamento a longo prazo, temos de implementar a agenda dos 5% para todos os Estados-membros. O objectivo é simples: o capital africano deve servir, em primeiro lugar, a conectividade africana, a segurança energética africana e a capacidade produtiva africana”, disse Bekele-Thomas.

A responsável apelou a uma “mudança estrutural na forma como África governa, prepara e financia a sua conectividade” e sublinhou que “o continente já não pode tratar o financiamento como um mercado fragmentado de acordos dispersos”.

A directora da AUDA-NEPAD destacou que “o défice de infraestruturas custa a África até dois pontos percentuais de crescimento do PIB por ano” e reduz a produtividade em cerca de 40%, afectando o comércio intra-africano, o acesso à electricidade e os custos logísticos.

“Metade do nosso continente continua sem electricidade e o comércio intra-africano está estagnado entre 15% e 18%. As nossas barreiras estruturais tornam demasiado caras as trocas comerciais entre nós”, lamentou, citada pela Lusa.

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