União Europeia deverá disponibilizar 50 milhões de euros para dar continuidade ao FRESAN em Angola

União Europeia (UE) deverá disponibilizar 50 milhões de euros para dar continuidade ao Programa de Fortalecimento da Resiliência e da Segurança Alimentar e Nutricional em Angola (FRESAN), apoiando o desenvolvimento de cadeias de valor agrícola nas províncias mais ligadas ao Corredor de Lobito. O programa visa aumentar a produção e a produtividade, melhorar a distribuição…
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Embaixadora da União Europeia em Angola diz que, desde o início do Programa, em 2018, foram realizados investimentos significativos para melhorar a vida das comunidades abrangidas, nomeadamente a construção e reabilitação de 540 pequenas infra-estruturas de irrigação, captação e acesso à água,
Economia

União Europeia (UE) deverá disponibilizar 50 milhões de euros para dar continuidade ao Programa de Fortalecimento da Resiliência e da Segurança Alimentar e Nutricional em Angola (FRESAN), apoiando o desenvolvimento de cadeias de valor agrícola nas províncias mais ligadas ao Corredor de Lobito.

O programa visa aumentar a produção e a produtividade, melhorar a distribuição nos mercados internos e regionais, e, para alguns produtos, a exportação. Isto será possível através de linhas de financiamento para os agricultores e empresários do sector agrícola, alguns a fundo perdido como complemento aos seus planos de investimentos, outras de forma a potenciar empréstimos em maior escala.

Em comunicado, a União Europeia garante que continuará ao lado de Angola como parceira estratégica no seu caminho para a diversificação da economia, mais sustentável e mais inclusiva. .

A organização anunciou, na província do Namibe, o encerramento do FRESAN – Fortalecimento da Resiliência e da Segurança Alimentar e Nutricional em Angola – um programa do Governo de Angola financiado pela União Europeia e co-financiado pelo Camões.

O evento reuniu representantes institucionais e comunitários das províncias do Namibe, Cunene e Huíla, bem como parceiros de implementação, para celebrar os resultados de um programa que, ao longo de quase sete anos, promoveu mudanças estruturais em zonas afectadas pela seca e a insegurança alimentar.

O embaixador de Portugal em Angola, Francisco Alegre Duarte, assinalou que o encerramento do Programa FRESAN não se trata do fim de uma missão, reafirmando que as acções iniciadas devem aprofundar-se e multiplicar-se, sob a liderança de quem sempre as guiou – o Governo de Angola.

Este é um momento de transição. Trata-se, segundo o diplomata, da passagem de testemunho ao Governo de Angola e às instituições nacionais, provinciais e municipais, “que demonstraram visão e capacidade para construir soluções adaptadas ao Sul de Angola”.

O FRESAN, destacou, foi mais do que um conjunto de ações técnicas – foi um instrumento de transformação social com impacto concreto na vida das pessoas. O seu legado deve orientar políticas públicas integradas, como a Estratégia Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional II (ENSAN II), capazes de consolidar os avanços e reforçar a equidade. Não se trata apenas de melhorar a produção agrícola, a nutrição ou o acesso à água, mas de promover resiliência, inovação e justiça social”.

O embaixador de Portugal em Angola disse que mais de 60% dos agricultores e pastores apoiados adoptaram práticas de produção sustentáveis e mais de 40% dos hectares cultivados integram hoje medidas de adaptação às alterações climáticas.

“Mas semeámos mais do que técnicas. Só na campanha agrícola de 2024/2025 foram distribuídas mais de 150 toneladas de sementes — reforçando a auto-suficiência alimentar e fomentando a criação de bancos comunitários de sementes. Para conservar e escoar a produção, foram entregues mais de 10 mil tambores metálicos e 40 kaleluias – que hoje encurtam a distância entre as lavras e os mercados”, referiu.

Por sua vez, a embaixadora da União Europeia em Angola, Rosário Bento Pais começou por agradecer afirmando que “esta é uma ocasião para reconhecer o trabalho colectivo de muitos e valorizar o espírito de parceria que orientou cada fase desta intervenção tão relevante e com impacto, como podemos observar nas visitas de campo, nas apresentações feitas e que os números nos demonstram”.

A diplomata relembrou que, desde o início do Programa, em 2018, foram realizados investimentos significativos para melhorar a vida das comunidades abrangidas, nomeadamente a construção e reabilitação de 540 pequenas infra-estruturas de irrigação, captação e acesso à água, beneficiando directamente 300 mil pessoas e ao qual acede 1 milhão de animais e que permitem irrigar 525 hectares nas três províncias.

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