A União Europeia e a Guiné-Bissau reataram relações políticas suspensas há mais de uma década por alegados desvios democráticos do país africano que a Europa entende ultrapassados.
Uma delegação europeia esteve em Bissau durante quatro dias para encontros que culminaram nesta Terça-feira numa reunião de trabalho que assinalou a retoma do diálogo político e reforço do investimento europeu no desenvolvimento da Guiné-Bissau.
O ministro dos Negócios Estrangeiros guineense, Carlos Pinto Pereira, explicou que o objectivo da visita da delegação chefiada pela embaixadora Rita Lanranjinha, “foi sobretudo a retoma do diálogo interrompido em 2012”.
O golpe de Estado que ocorreu na época, incluiu a Guiné-Bissau na lista dos desvios da ordem democrática e, segundo o ministro, “mesmo não tendo sofrido algumas sanções, acabou por ver a sua relação com os principais parceiros prejudicada”.
“Houve esta interrupção que está a ser retomada, esta retoma representa o reconhecimento do esforço que o país está a desenvolver para a sua estabilização, para a sua democratização”, observou o chefe da diplomacia guineense.
O Governo da guineense está esperançado que “a partir daqui o apoio que tem sido dado pela União Europeia à Guiné-Bissau sairá ainda mais reforçado”.
O ministro falava no final de uma reunião que decorreu durante todo o dia em Bissau, entre o Governo guineense e a delegação da União Europeia, chefiada pela directora executiva para África do Serviço Europeu para a Acção Externa.
Rita Laranjinha, citada pela Lusa, destacou, que 11 estados-membros fizeram questão de estar presentes, apesar de apenas três estarem representados de forma permanente na Guiné-Bissau.
Como disse, é “a prova do interesse crescente que existe por parte da União Europeia e dos seus estados-membros pela situação da Guiné-Bissau e das perspectivas de desenvolvimento e papel importante que a Guiné-Bissau desenvolve no quadro da sub-região da África Ocidental”.