A União Europeia prevê investir 150 biliões de euros em África até 2027 e já mobilizou mais de 120 biliões de euros, revelou esta Segunda-feira, 24, em Luanda, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Ao intervir na abertura da 7.ª Cimeira União Africana–União Europeia, Ursula von der Leyen reforçou que o bloco europeu está determinado a cumprir a meta estabelecida. Sublinhou que, num contexto internacional marcado por incertezas e pela reconfiguração das prioridades de investimento, “o compromisso da Europa com África não só permanece, como está a consolidar-se”.
A dirigente europeia destacou a urgência de acelerar o investimento na transição energética, num momento em que as energias renováveis representam já 90% da nova capacidade instalada a nível global, com a energia solar e eólica a substituir progressivamente os combustíveis fósseis. Porém, alertou para a disparidade: dos 2 triliões de dólares investidos em energias limpas em 2024, apenas 2% foram destinados ao continente africano — apesar de África deter 60% do potencial mundial neste domínio.
Lembrou que ainda existem cerca de 60 milhões de africanos sem acesso à electricidade, e milhões de famílias sem soluções de cozinha limpa. Salientou que “todos devem ter acesso a energia limpa e acessível” e que uma transição justa só será possível se contemplar o desenvolvimento energético africano.
Para responder a esse desafio, recordou a campanha lançada com o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, dedicada à aceleração da produção de energia renovável em África. Durante a Cimeira, assinalou que a iniciativa garantiu 15,5 biliões de euros em financiamento global.“Eu e o Presidente Ramaphosa lançamos uma campanha chamada ‘aceleração de produção de energia renovável em África’, e na Cimeira esta semana conseguimos 15,5 biliões de euros em financiamento global.
A presidente da Comissão Europeia agradeceu o apoio dos governos e do sector privado, afirmando que os recursos permitirão “levar electricidade a milhões de pessoas no continente”.

Von der Leyen destacou igualmente o compromisso europeu de financiar projectos ligados à transição energética justa, incluindo 400 milhões de euros destinados à energia limpa para uso doméstico, com enfoque em soluções de cozinha sustentável.
A dirigente sublinhou ainda que a União Europeia está a investir em novas infra-estruturas para fortalecer a ligação entre África e Europa, desde portos e oleodutos a corredores logísticos estratégicos. Entre estes, destacou o Corredor do Lobito, um projecto que considera transformador, não apenas pelo transporte de minerais da Zâmbia e da República Democrática do Congo para os mercados globais, mas também pelo impacto nas cadeias de valor locais.
Segundo afirmou, o projecto inclui iniciativas de capacitação para agricultores em Angola, com empresas europeias a fornecer formação técnica e apoio para alinhar os produtos agrícolas com as normas europeias, permitindo ampliar a capacidade exportadora e fortalecer a integração económica regional.





