Universidade de Coimbra lança duas obras que oferecem uma visão complementar do 25 de Abril em Angola

Duas novas publicações dedicadas à forma como o 25 de Abril de 1974 foi observado a partir de Angola, através da imprensa e do humor gráfico, serão lançadas esta Quarta-feira, 10, pela Imprensa da Universidade de Coimbra (UC), na Biblioteca Geral. Segundo a UC, as obras “oferecem uma visão complementar e única do 25 de…
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Capas de jornais e cartoons revelam como as redacções angolanas registaram a queda do regime português e a chegada da independência.
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Duas novas publicações dedicadas à forma como o 25 de Abril de 1974 foi observado a partir de Angola, através da imprensa e do humor gráfico, serão lançadas esta Quarta-feira, 10, pela Imprensa da Universidade de Coimbra (UC), na Biblioteca Geral.

Segundo a UC, as obras “oferecem uma visão complementar e única do 25 de Abril a partir do Sul”, permitindo revisitar um arquivo histórico que ilumina o impacto da Revolução em Angola e os olhares críticos, satíricos e jornalísticos que moldaram a memória daquele período de transição.

A primeira publicação, “Olhares do Sul – 50 anos do 25 de Abril de 1974 – 50 capas de jornais”, reúne cinquenta capas de jornais angolanos recolhidas pela Companhia de Diamantes de Angola (Diamang) entre Abril de 1974 e Abril de 1975. Coordenadas por Ana Margarida Dias da Silva, Jorge Varanda e Helena Freitas, as obras recuperam memórias singulares da Revolução, meio século após o 25 de Abril e a independência de Angola, proclamada a 11 de Novembro de 1975.

O comunicado da instituição, citado pela Lusa, sublinha que este arquivo revela, em tempo real, como os acontecimentos em Portugal foram registados e interpretados pelas redacções angolanas, oferecendo uma perspectiva rara sobre a transformação política, social e mediática da época.

A segunda obra, “O 25 de Abril de 1974 na voz dos cartoons: Uma colecção da Companhia de Diamantes de Angola (Diamang)”, apresenta 121 cartoons, caricaturas, bandas desenhadas e desenhos – nacionais e internacionais – produzidos entre Abril de 1974 e Setembro de 1975.

A colectânea inclui trabalhos de cartunistas como Cid, João Abel Manta, Sam, Vasco, Zepe e o francês Siné, que, com humor, sátira e crítica política, registaram as primeiras leituras gráficas da Revolução, dos seus protagonistas e das tensões que antecederam o Verão Quente de 1975. Trata-se de um retrato visual poderoso de um período em que Angola observava, com expectativa e inquietação, a transformação acelerada do império português.

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