A Electricidade de Moçambique (EDM) registou prejuízos estimados em 6,6 milhões de euros em 2025 na província de Nampula, no norte do país, na sequência de constrangimentos operacionais e actos de vandalização de infra-estruturas eléctricas, anunciou a empresa pública.
De acordo com Cristiano Neves, director de operações da EDM em Nampula, as perdas acumuladas ascendem a 496 milhões de meticais, um montante que, segundo o responsável, poderia ter sido canalizado para a expansão e melhoria da rede eléctrica, bem como para a ligação de novos consumidores ainda sem acesso à energia.
“Talvez dizer que esse valor poderia nos ajudar para fazer expansão, para fazer melhoramento e ligar outros clientes que ainda necessitam de energia até este momento”, afirmou o dirigente, durante uma conferência de imprensa.
Uma parte relevante das perdas está directamente associada à vandalização e roubo de equipamentos eléctricos, cujo impacto financeiro ronda actualmente os oito milhões de meticais, equivalentes a cerca de 106 mil euros, apenas em Nampula. Este fenómeno tem sido recorrente em várias regiões do país, afectando não apenas as contas da empresa, mas também a fiabilidade do fornecimento de energia e a sustentabilidade dos investimentos no sector.
Apesar do contexto adverso, a EDM conseguiu superar as metas estabelecidas para novas ligações à rede eléctrica na província. Segundo Cristiano Neves, a empresa alcançou um grau de cumprimento de 110%, ultrapassando a previsão inicial de 77 mil novas ligações, ao integrar 81 mil novos clientes no sistema eléctrico.
“Deixa-nos satisfeitos do ponto de vista do cumprimento das nossas metas, mesmo associado aos constrangimentos iniciais do ano de 2025”, sublinhou, citado pela Lusa.
O quadro de perdas não é isolado. Nos últimos quatro anos, a EDM acumulou prejuízos de cerca de 3,9 milhões de euros em todo o país devido a vandalizações e roubo de material eléctrico, que acaba por alimentar o mercado informal de sucata. Segundo dados avançados pela empresa estatal, foram identificadas mais de 300 sucateiras clandestinas envolvidas na comercialização destes materiais, evidenciando um desafio estrutural que cruza segurança, fiscalização e sustentabilidade financeira do sector energético moçambicano.





