Cabo Verde registou, em Agosto, uma inflação homóloga de 2,8%, ligeiramente acima dos 2,7% de Julho, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). A inflação média dos últimos doze meses fixou-se em 2,1%, mais 0,2 pontos percentuais (pp) que no mês anterior.
O indicador de inflação subjacente – que exclui energia e bens alimentares não transformados – avançou 3,2% em termos homólogos, igualmente acima do valor observado em Julho. Já a taxa de variação acumulada do Índice de Preços no Consumidor (IPC), até Agosto, atingiu 2,4%, um acréscimo significativo face ao 1% registado no período homólogo de 2024.
O Banco de Cabo Verde (BCV) reviu, em Maio, as suas projecções de inflação média a 12 meses, para 1,8% em 2025 e 1,4% em 2026. Estes valores mantêm-se abaixo da referência internacional de 2% para estabilidade de preços, mas representam um ajustamento relevante face aos 0,8% inicialmente previstos em Novembro de 2024.
Segundo a autoridade monetária, a revisão reflecte sobretudo a incorporação de novos dados sobre a evolução dos preços internacionais de alimentos e bebidas, acima do esperado, bem como a volatilidade nos preços energéticos, influenciados por factores geopolíticos e pressões internas em determinados serviços.
Apesar da subida recente, a inflação cabo-verdiana permanece historicamente ancorada à dinâmica europeia, dada a forte dependência do país das importações do continente. O desafio, para o BCV e para o Executivo, será equilibrar a estabilidade cambial e monetária com a necessidade de proteger o poder de compra num contexto de vulnerabilidade externa.
*Com Lusa