A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, descreveu nesta Quinta-feira o Corredor do Lobito, em Angola, como um “investimento estratégico” tanto para a União Europeia (UE) como para África, falando em “muito mais do que infra-estruturas”.
“Estão em causa matérias-primas essenciais que são tão vitais para as nossas indústrias estratégicas não apenas para as necessidades da Europa, mas com transformação local e valor acrescentado, [pelo que] o Corredor do Lobito é um investimento estratégico tanto para a Europa como para os nossos parceiros africanos”, afirmou Ursula von der Leyen.
Num discurso em Bruxelas no fórum Global Gateway (a iniciativa da UE lançada há quatro anos para promover investimentos sustentáveis países em desenvolvimento), a líder do executivo comunitário defendeu a construção de “cadeias de valor resilientes com infraestruturas locais, mas também empregos locais, competências locais e indústrias locais”.
“O Corredor Lobito, na África Central, já é um exemplo de como isso funciona na prática”, salientou Ursula von der Leyen.
“Esta artéria de transporte liga a costa atlântica de Angola às regiões minerais da Zâmbia e da República Democrática do Congo [RDC], reduzirá a viagem do centro do continente até ao porto de 45 dias para apenas uma semana e, ao retirar 5.000 camiões pesados das estradas congestionadas, reduzirá significativamente as emissões de carbono”, elencou.
Para a presidente da Comissão Europeia, citada pela Lusa, “o Corredor do Lobito é muito mais do que infra-estrutura”.
Isto porque também “está a mobilizar mais de mil milhões de euros, não só para caminhos de ferro e estradas, mas também para cadeias de valor agrícolas em Angola, na RDC e na Zâmbia para centros logísticos modernos que levam os produtos ao mercado, para a formação profissional, a fim de garantir que a população local beneficie de novos empregos”, adiantou.