A Woodside, petrolífera australiana, continua a rejeitar a opção do gasoduto para Timor-Leste, considerando-o mais dispendiosa e com menor proveito para os seus accionistas. Entretanto, nesta Terça-feira, 30 de Agosto, admitiu estar aberta a estudar opções alternativas para a exploração do campo de gás natural Greater Sunrise, no Mar de Timor, “mas apenas se forem vantajosas para os seus accionistas”.
Ao apresentar os resultados anuais, em Perth, Austrália, a directora executiva da empresa petrolífera, Meg O’Neill, saudou o facto de se evidenciar uma maior urgência em avançar na exploração deste activo, mantendo-se, no entanto, o diferendo sobre o modelo de exploração, essencialmente um gasoduto para Darwin ou um para Timor-Leste.
Meg O’Neill congratulou-se com o novo sentido de urgência sobre o Greater Sunrise, que, como disse, “poderia acelerar os progressos no novo acordo, que tem vindo a mover-se, mas não particularmente rapidamente”.
Os Governos da Austrália, Timor-Leste e os membros do consórcio do Greater Sunrise têm estado em negociações este ano para um novo acordo de partilha de produção, com várias reuniões técnicas já realizadas.
No entanto, nesta Segunda-feira, em declarações à Lusa, o presidente timorense, José Ramos-Horta, deixou claro que o seu país não pode esperar mais pelo desenvolvimento do campo, considerando que se a Austrália se mantiver intransigente, Díli procurará outros parceiros, entre eles a Indonésia ou a China.
Timor-Leste detém 56,6% do Greater Sunrise, localizado a 150 km a Sudeste do país e a 450 km a Noroeste de Darwin, em parceria com Woodside (34,44%) e a Osaka Gas (10%).
O desenvolvimento do projecto – que poderá ser crucial para o financiamento do Estado timorense dentro de apenas uma década – arrasta-se há vários anos, com a posição australiana a defender um gasoduto até Darwin e Timor-Leste, que tem posição maioritária no consórcio do projecto, a insistir num gasoduto para o país.