Opinião

O incómodo que nos faz BEM 

Nilza Rodrigues

Nilza Rodrigues
O activismo é forte em África. Na minha África, a lusófona, ela revela-se de mil e uma formas, não diferente do resto do mundo. Nas manifestações de rua. Nas redes sociais.  Na arte e entre os artistas. No mecenas e nas suas fundações.   Cada um encontra a sua forma. Aquela que melhor espelha a luta…

O activismo é forte em África. Na minha África, a lusófona, ela revela-se de mil e uma formas, não diferente do resto do mundo. Nas manifestações de rua. Nas redes sociais.  Na arte e entre os artistas. No mecenas e nas suas fundações.  

Cada um encontra a sua forma. Aquela que melhor espelha a luta pelas suas convicções, partindo de um princípio básico e universal: não há fórmulas perfeitas. 

Sempre pensei que a minha fosse a escrita. O meu refúgio perfeito para erguer a minha Voz, longe de holofotes, palcos e estrelatos. O rato de biblioteca acabou por perceber que a escrita é somente um veículo. A minha autenticidade, quem eu sou, com todas as minhas dúvidas, imperfeiçoes e qualidades, é a forma que encontrei para soltar a activista que há em mim. 

E ser autêntico não significa permanecer estático e agarrado a valores e sentimentos que estão connosco uma vida inteira. Isso é um burro com palas que normalmente evolui para seres extremistas. Ser autêntico significa saber evoluir com tudo o que se passa à nossa volta, como diria Herminia Ibarra na sua teoria sobre o paradoxo da autenticidade, a compreensão simplista do que significa autenticidade pode limitar o crescimento e o impacto dos líderes. 

Á medida que ganhamos experiência e conhecimento, entramos num processo de metamorfose onde é legítimo sermos inconsistentes e isso significa que deixamos de ser fiéis a nós mesmos? Não.  Significa que temos agilidade emocional para gerir a tensão (permanente, by the way) entre sermos genuínos e sermos camaleões face aos desafios que a vida nos vai colocando. Verbos que tememos como o errar e sentimentos que evitamos como o síndrome do impostor são sinais fortes de crescimento. O incómodo é fundamental e nos níveis mais elevados de liderança ainda mais. Desafiamos os nossos limites e os da nossa equipa, sem que isso represente um “total mokeover” de quem somos e, acreditem, conseguimos faze-lo de forma instintiva e sem overthing. 

Editem as vossas histórias de forma continua para que outros não o façam por vós, evitem pensamentos datados, saíam de gaiolas douradas e abusem do hastag: Justmebeingme. 

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