O Governo moçambicano antevê uma recuperação económica no terceiro trimestre deste ano, após três períodos consecutivos de contração provocados pela agitação social pós-eleitoral, foi anunciado.
A posição foi transmitida pelo porta-voz da sessão do Conselho de Ministros, Salim Valá, que é também ministro da Planificação e Desenvolvimento, ao ser questionado pelos jornalistas no final da reunião, que decorreu em Maputo, sobre os continuados atrasos no pagamento de horas extraordinárias ao setor da Educação.
“Se se recordam, nós tivemos três trimestres seguidos de uma contração económica, são momentos difíceis, o PIB a desacelerar. A situação está tendencialmente a melhorar. Vamos ter, tudo indica, boas notícias em termos do PIB no terceiro trimestre e penso que com mais capacidade de dinamizar a economia, de arrecadação de receitas, esses problemas poderão ser mais facilmente solucionados”, avançou Salim Valá.
“Mas aqui a mensagem forte que queríamos sublinhar é apelar aos professores para a compreensão, para poderem continuar com a sua missão, que é uma nova missão para o desenvolvimento do nosso país”, respondeu ainda, tendo em conta a fase final do ano letivo de 2025 e os atrasos no pagamento de horas extraordinárias, em alguns casos desde 2023.
A economia moçambicana registou contrações homólogas do Produto Interno Bruto (PIB) no último trimestre de 2024 (-4,9%), no primeiro trimestre de 2025 (-3,9%) e no segundo trimestre (-0,9%), impactada pela agitação social do período que se seguiu às eleições gerais de 09 de Outubro do ano passado.
A ministra das Finanças, Carla Loveira, já tinha afirmado em 29 de Outubro que os indicadores de desempenho mostram um “caminho sólido” de “retoma do crescimento económico” no país, após a contratação verificada na sequência das eleições de outubro de 2024.
Ao intervir na abertura do Conselho Coordenador do Ministério das Finanças, a governante recordou os mais recentes dados da execução orçamental do terceiro trimestre, nomeadamente a ligeira subida nas receitas e descida nas despesas, em termos homólogos.
Acrescentou que embora os dados referentes ao primeiro semestre de 2025 “apontem para uma contração económica acumulada de 2,4%”, as projecções orçamentais apontam “para um crescimento económico de 2025 em 2,9%, uma aceleração económica em 3,2% em 2026 e uma média de 4,4% para o período de 2026 a 2028”.
“Estes indicadores mostram a existência de um caminho sólido para a retoma do crescimento económico. As reformas em curso no sector das finanças públicas, aliadas à retoma gradual da produção e ao crescimento de setores estratégicos, como a energia, a agricultura, o gás natural e as infra-estruturas, projectam um horizonte de crescimento económico promissor, sustentável e inclusivo”, disse Carla Loveira, citado pela Lusa.
