Indústria automóvel do Brasil revê projecções e admite crescimento inferior ao esperado

A indústria automóvel brasileira deverá encerrar 2025 com um desempenho abaixo das projecções iniciais, segundo avançou esta Segunda-feira, 08, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). A entidade reconhece que não alcançará o crescimento de 7,8% previsto no início do ano, que apontava para uma produção de 2,75 milhões de unidades. “A expectativa…
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Após um primeiro semestre impulsionado pelas exportações, a produção automóvel brasileira desacelerou, obrigando a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores a rever em baixa as metas e a reconhecer que o desempenho final ficará aquém do projectado.
Economia

A indústria automóvel brasileira deverá encerrar 2025 com um desempenho abaixo das projecções iniciais, segundo avançou esta Segunda-feira, 08, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

A entidade reconhece que não alcançará o crescimento de 7,8% previsto no início do ano, que apontava para uma produção de 2,75 milhões de unidades. “A expectativa agora é fechar 2025 com entre 2,65 e 2,68 milhões de veículos, o que representa uma expansão de 4% a 5% face a 2024”, indicou a associação.

De acordo com a Anfavea, para igualar o volume produzido no ano passado — 2,55 milhões de unidades — será necessário fabricar pelo menos 94,3 mil veículos em Dezembro. Contudo, o cenário é considerado desafiador. O presidente da Anfavea, Igor Calvet, afirmou em entrevista que, para atingir a meta anual, o mercado precisaria de registar um crescimento de 38% no emplacamento de Dezembro. “Não acredito que isso acontecerá. Logo, as projecções não serão atingidas”, admitiu.

Em Novembro, a produção automóvel recuou 8,2% face ao mesmo mês de 2024, totalizando 219,1 mil unidades. No acumulado de Janeiro a Novembro, o sector apresenta alta de 4,1%, ainda distante da estimativa de crescimento de 7,8% para o fecho do ano.

Apesar da desaceleração recente, o desempenho do primeiro semestre foi mais robusto, impulsionado sobretudo pelas exportações. O ritmo, porém, abrandou nos últimos meses, num cenário marcado por menor dinamismo da procura interna e por ajustes nos estoques da indústria.

Ainda assim, a meta revista pela Anfavea é considerada tecnicamente possível. Em Dezembro de 2024, a indústria brasileira produziu 192 mil veículos — volume que, se repetido, permitirá ao sector aproximar-se do limite inferior da nova previsão.

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