Unicef alerta para falhas críticas na protecção infantil em Angola

Em Angola, uma em cada três crianças com menos de um ano nunca recebeu qualquer vacina e duas em cada três menores de cinco anos continuam sem registo de nascimento, alertou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Os dados expõem fragilidades críticas num país que enfrenta surtos recorrentes de doenças evitáveis e…
ebenhack/AP
Um novo relatório da Unicef revela que a falta de vacinas e de documentação básica continua a comprometer o futuro de grande parte da infância angolana. Segundo a organização, milhões de crianças angolanas continuam fora do radar do Estado, sem vacinas nem registo de nascimento.
Economia

Em Angola, uma em cada três crianças com menos de um ano nunca recebeu qualquer vacina e duas em cada três menores de cinco anos continuam sem registo de nascimento, alertou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Os dados expõem fragilidades críticas num país que enfrenta surtos recorrentes de doenças evitáveis e onde a ausência de documentação básica limita o acesso a serviços essenciais.

Segundo a Unicef, 33% das crianças não vacinadas a nível nacional encontram-se em Angola, um indicador que evidencia a urgência de reforçar as políticas públicas de saúde. “É um número crítico num país que enfrenta surtos cíclicos de doenças evitáveis”, afirmou Cristina Brugiolo, representante da agência, durante a conferência que assinalou os 35 anos de ratificação da Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC) pelo Estado angolano.

Brugiolo sublinhou que a falta de registo de nascimento torna milhares de crianças invisíveis para o Estado, amplificando riscos de exclusão social, abandono e dificuldades futuras de acesso à educação, saúde e protecção jurídica.

Ainda assim, reconheceu que Angola tem demonstrado vontade política crescente para consolidar os mecanismos de protecção infantil. “Há progressos claros: a mortalidade infantil diminuiu, mais crianças frequentam a escola, há mais serviços e quadros legais de protecção”, destacou.

A responsável defendeu, porém, um investimento mais robusto para alcançar as crianças mais vulneráveis e a necessidade de reformas estruturais para melhorar a qualidade do ensino, incluindo a formação de professores, áreas consideradas decisivas para romper ciclos de pobreza e garantir maior inclusão.

Mais Artigos