Presidente do Banco Mundial destaca progresso na hidroeléctrica de Mpanda Nkuwa e prepara garantias de financiamento para Moçambique

O presidente do Banco Mundial (BM) confirmou, recentemente, o progresso na hidroeléctrica de Mpanda Nkuwa, sublinhando que a instituição financeira internacional está a preparar as garantias e os instrumentos de financiamento. Ajay Banga, que manteve um encontro de trabalho em Washington com o Presidente moçambicano, Daniel Chapo, destacou que o novo quadro de parceria do…
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Ajay Banga sublinha que o novo quadro de parceria do Banco Mundial com Moçambique enfatizará a criação de qualidade de vida e empregos no agronegócio, energia e infra-estruturas.
Economia

O presidente do Banco Mundial (BM) confirmou, recentemente, o progresso na hidroeléctrica de Mpanda Nkuwa, sublinhando que a instituição financeira internacional está a preparar as garantias e os instrumentos de financiamento.

Ajay Banga, que manteve um encontro de trabalho em Washington com o Presidente moçambicano, Daniel Chapo, destacou que o novo quadro de parceria do Banco Mundial com Moçambique enfatizará a criação de qualidade de vida e empregos no agronegócio, energia e infra-estruturas.

O responsável, citado numa nota da Presidência de moçambique consultado pela FORBES ÁFRICA LUSÓFONA, reafirmou o compromisso do BM em apoiar a transformação económica de Moçambique, com ênfase em megaprojectos de energia, desenvolvimento de corredores regionais e a implementação de reformas macro fiscais cruciais.

Ajay Banga felicitou Moçambique pelos progressos em utilizar os seus vastos recursos energéticos (sol, água e gás) e reconheceu os desafios macroeconómicos que o Presidente da República e o seu governo estão a abordar, nomeadamente a coordenação dos equilíbrios macro fiscais.

O líder do Banco Mundial expressou a convicção de que Moçambique é “um país muito bonito, com muitas oportunidades” e que o que é necessário é a oportunidade para uma “liderança forte concretizar essas oportunidades”.

Para garantir a sustentabilidade económica e o apoio contínuo, o Presidente Daniel Chapo indicou que o Banco Mundial deixou recomendações sobre reformas essenciais, sobretudo no que toca à gestão das despesas do Orçamento do Estado, ao alargamento da base tributária para aumentar as receitas, e ao investimento na digitalização como ferramenta crucial para a transparência, boa governação e combate à corrupção.

A reunião, realizada após a visita de Banga a Moçambique este ano, concentrou-se na materialização de investimentos concretos e na criação de um novo quadro de parceria com o país.

O foco central das discussões, segundo o Presidente Chapo, reside na área de energia, sector onde Moçambique visa posicionar-se como um “hub de fornecimento de energia eléctrica na região”.

O estadista destacou o projecto hidroeléctrico de Mphanda Nkuwa, no rio Zambeze, com uma capacidade de cerca de 1.500 MW, para o qual o país busca o apoio do Banco Mundial para a sua concretização.

Além da hidroelectricidade, o presidente moçambicano mencionou a exploração do gás natural para a construção de centrais eléctricas, como a de Temane, que está a ser erguida com uma capacidade de cerca de 450 MW.

A infra-estrutura de Temane, essencial não só para reforçar a qualidade de energia no Grande Maputo, mas também para a exportação para a África do Sul, alinhando-se com a visão de liderança energética regional.

O chefe do Estado sublinhou ainda a importância dos corredores de desenvolvimento, nomeadamente o Corredor de Maputo, o Corredor da Beira e, com especial destaque, o Corredor de Nacala. Este último considera crucial para a conectividade regional, ligando Moçambique, Malawi e Zâmbia, sendo a única logística viável para a Zâmbia exportar a sua crescente produção mineral.

O Banco Mundial é um parceiro tradicional de Moçambique, e o encontro também abordou o apoio orçamental e a continuidade do financiamento ao Estado moçambicano.

Este apoio, diz Daniel Chapo, dependerá da aprovação de um novo programa com o Fundo Monetário Internacional (FMI), processo no qual a equipa governamental está a trabalhar “dia e noite”.

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